Estrangeiro no Brasil | Alma não tem cor – Chico César
Eu sou TYCHIQUE ESAO NDJOLI, congolês, estudante na UFBA do curso do aprendizado da língua portuguesa e depois do aprendizado, eu vou viajar em são paulo para estudar minha profissão que é ” ENGENHARIA DA COMPUTAÇÃO”.
Eu vou falar da minha vida no Brasil e sobre escolha de uma música brasileira.
Quando eu cheguei aqui no Brasil, eu achei que o povo brasileiro tem uma raça homogênea porém é contrário do que pensei. Por isso, cada vez que eu ouço essa musica, eu me lembro de muita coisa indo – mais longe sobre a discriminação racial que tem uma grande parte no mundo, visto a sensibilização dos países fortes, dos congressos no mundo para abolir o preconceito humano. Além disso nada muda visto todos aqueles que fizeram, mas, ouvindo essa música o cantor transmite uma mensagem muito vital. O cantor indo-mais longe, ele disse de qualquer seja sua raça alma não tem cor mas, ela é colorida. Ou seja qualquer país você é, nós todos somos humanos e criados somente pelo Deus que é verdadeiro criador e para finalizar devido a essa música eu comecei me adaptar retirando toda ignorância assustadora também da minha vida aqui no Brasil.
Alma não tem cor – Chico César
Alma não tem cor
Porque eu sou branco?
Alma não tem cor
Porque eu sou preto?
Branquinho, neguinho
Branco, negão
Percebam que a alma não tem cor
Ela é colorida, sim
Ela é multicolor
Percebam que a alma não tem uma só cor
Ela é colorida, sim
Ela é multicolor
Azul, amarelo
Verde, verdinho, marrom
Você conhece tudo
Você conhece o reggae
Você conhece tudo
Você só não se conhece
Branquinho,neguinho
Branco, negão
Azul, amarelo
Verde, verdinho, marrom
E aí, pessoal, vocês já conheciam esse cantor? Gostaram da música?
Quais são os cantores brasileiros e músicas brasileiras que vocês mais gostam?
Contem aí nos comentários. Queremos muito saber!
Tychique, primeiro gostaria de te parabenizar pelo belo texto. E, também, pela belíssima música escolhida. O Chico César é um ícone enquanto cantor e enquanto político e me representa muito.
Por isso, parabéns e obrigado.
Gostaria de escrever algumas coisas sobre o que percebeu da música. É só pra levantar uma reflexão, sem estar na busca do certo ou errado, tudo bem?
Eu sou Ridson Reis, Ator, músico e produtor do Bando de Teatro Olodum, de Salvador. Grupo que está na ativa a quase 30 anos e militando junto às causas negras. Discutimos o racismo e outras formas de opressão em todos os nossos espetáculos.
Dito isso, vamos lá. (Risos)
Entāo, quando diz que antes de chegar no Brasil achava que os brasileiros tinham homogeneidade de raça, acredito que seja em função do que as grandes mídias nacionais levam ao mundo. Como você mesmo descobriu quando chegou, somos um povo bem heterogêneo – em raça, cultura, língua – e, infelizmente, não é isso que é mostrado. E, acho que, é essa grande diversidade que encanta e constrói.
Quando o Chico diz que a alma não ter cor, mas é Multicolor – essa é a leitura que eu faço – ele enfatiza o fato de sermos diferentes e o quanto isso é belo e poético.
Eu toquei nesse ponto porque acho que foi infeliz no final do texto quando diz que somos todos humanos. Somos humanos, sim. Mas somos todos diferentes: em pensamento, em gostos, em língua, em cultura.
E aqui no Brasil quando usam esse termo “raça só existe uma, a raça humana” é pra enfraquecer o discurso dos movimentos negros de militância.
Essa uma forma mais sofisticada de dizer que estamos de “mimimi” quando falamos sobre o racismo. Entende?
Enfim, como disse antes, só pedi permissão pra escrever pra gente poder abrir essa discussão e gerar uma reflexão mais aprofundada sobre o assunto. E esse é meu olhar sobre a música, não quer dizer que estou certo.
Fico muito feliz por estar se adaptando ao Brasil e nos enriquecendo com sua cultura e visão de mundo.
Abraço.
quando eu falei, nós somos dos seres humanos no contexto referindo-se da biblia que estupule: “somos criados somente pelo
Deus e temos que ter a amor de próximo”.
Concordo com as palavras de Ridson Reis. Permitam-me falar também! Tychique, é preciso ter muito cuidado com o mito da democracia racial que tentou por muito tempo construir um discurso para incutir uma ideia de homogeneidade, harmonia racial entre brancos e negros. Forma política e ideológica de pregar uma ausência de discriminação racial, mas que só reforça tais práticas de maneira dissimulada. A realidade racista ainda existe em várias situações em nossa sociedade. É só estarmos atentos para percebermos isso… e uma certeza é de que temos sim alma colorida por sermos diferentes e únicos. “(…) O conflito racial não dá para nublar. Ele permanece aqui hoje, estruturando a sociedade brasileira, organizando a própria estrutura de classes sociais.” (Sueli Carneiro. Revista Cult, maio 2017).
Pensemos nisso e nas estratégias de luta, resistência e mudanças.
Abraços!
Gostaria de participar dessa discussão compartilhando uma entrevista do antropólogo Kabengele Munanga, que também é congolês como o nosso querido Tychique.
Nessa entrevista, Munanga discorre sobre o mito da democracia racial, branqueamento, negritude e sistema de cotas. Este é o link da entrevista: https://www.geledes.org.br/kabengele-munanga-professor/
Boa leitura!
Olá, Tychique! Parabéns pelo blog! Wow! Eu já amei o conteúdo. Gostei muito da música e do fato de você ter tratado das questões que transbordam nela. Realmente, acredito que a maioria das pessoas gostaria que o Brasil fosse diferente. Eu gostaria de viver em um país onde o racismo e o preconceito não existissem, mas infelizmente, ele AINDA reside aqui, e dentro de muitas pessoas.
Amei o blog
Gostei da música e parabéns pela iniciativa!
Muito obrigado
Olá Tychique!
Eu sou Rita e sou professora de português como língua de herança. Estou impressionada com o seu texto 🙂 Em 6 meses de Brasil você já escreve assim? Parabéns!
Gosto muito do Chico Cesar e dessa música que você citou. Acho a sua reflexão bastante pertinente. Eu, assim como você, concordo que so os uma só raça com suas diferenças, e precisamos aprender que nossas diferenças não nos fazem melhores ou piores uns dos outros.
Infelizmente há muito preconceito no Brasil, e isso só se vence com educação.
Um abraço e parabéns novamente pelo seu ótimo texto!
MUITO OBRIGADO
Tychique, parabéns por contar a sua experiência e iniciar esta enriquecedora discussão!
Valeu!
Parabéns pelo blog e por compartilhar conosco as suas experiências! Essa música é realmente muito bonita. Abs!
Olá! Sou Francesca estudante pec-G. Gostei do assunto e do relacionamento que você fez dele com sua fê, seus pensamentos sua experiência e essa música bonita que você escolheu de acordo com o assunto. Foi legal, gostei. Parabéns colega.
Parabéns, Tychique pelo belo texto.
Além de estar escrevendo muito bem em língua portuguesa, você demonstrou um pensamento bem coerente.
Inicialmente, pelo que entendi, você achava que no Brasil não havia discriminação, por isso disse que seríamos “homogêneos”, mas depois percebeu que não era bem assim.
Em seguida você diz que o problema da discriminação está pelo mundo todo, muitos discutem isso, até em congressos, mas você não vê mudanças.
A escolha da música do cantor Chico César talvez tenha sido uma forma de mostrar aos racistas que a alma não tem cor, que somos todos iguais por dentro, e por isso a discriminação é algo burro. Não devemos nos achar melhores em virtude de sermos de uma raça porque a grande verdade é que somos iguais, nossas almas são todas multicores. Por causa disso a lógica racista não tem fundamento plausível.
Eu não conhecia essa música, mas conheço outra de Chico César, chamada “Mama África”. Você conhece essa?
Forte abraço.
Vou sentir saudade desse menino!Quero deixar meus parabéns pelo progresso com a língua portuguesa. Tychique foi aquele aluno que não aceitava fácil qualquer sugestão, sempre questionava o porquê das coisas, e isso fez com que aprendesse mais o contexto da língua. Pude ver seu progresso a cada texto escrito e suas cobranças com a urgência de um feedback. Parabéns Tychique e sucesso e realizações de seus sonhos!
Olá, Tychique. Gostaria de dizer que seu texto é muito bom, sua experiência no Brasil é de muito proveito para vermos como somos vistos e o que podemos fazer a respeito, infelizmente alguns estereótipos são difíceis de serem eliminados, como dessa homogeneidade. À primeira vista, quando olhamos para algo de longe não vemos o que está por dentro, suas multicores, multifaces – por isso achou que éramos homogêneos. Mas quando nos permitimos estar submersos nesse “algo” conseguimos ver todos esses aspectos, essa heterogeneidade, como você destacou na música, muitíssimo interessante, a propósito. A visão de alma que o autor tem, consegue tocar e passar uma mensagem muito profundo sobre o respeito e o combate ao preconceito. Afinal, a beleza de sermos heterogêneos é o que nos faz únicos dentro dessa igualdade que destacou -somos humanos. Infelizmente, alguns de nós não lida muito bem com essas multicores, mas o que vale é: não deixe de si redescobrir, de ser multicores, olhares adversos sempre vão existir. Como dizem “as pessoas temem o que não conhecem” Mas não podemos nos tornar homogêneos por conta disso.
Abraços!
Parabenizo pelo texto,e pala escolha da musica.Como já mencionado nos comentários anteriores, você está se desenvolvendo muito bem no conhecimento e uso da língua, apresentando um entendimento claro e coerente.
Desejo-lhe sucesso!!!
Olá, Tychique!Obrigado pelo seu blog, suas palavras me levaram a pensar sobre muitas coisas, acredito até que me ajudou a resignificar alguns conceitos e a pensar sobre que Brasil é esse, do qual voçê descreve tão bem com poucas palavras? O Brasil não tem cor, e sim, muitas cores, é certo. Me pergunto se o que vivemos hoje é porque boa parte do Brasil não sabe disso e pensa ser algo que na verdade não é, vendendo uma imagem falsa do Brasil ao exterior, ou o Brasil ainda é tão desconhecido para o estrangeiro, que ainda chega aqui achando que vai encontrar algo que não existe???? Adorei a música de Chico César, não a conhecia.
Tychique, excelente escrita e escolha de música. Sua escrita é muito boa e toda a sua percepção do nosso país também. Achei muito bom vocẽ ter usado o termo “preconceito humano” e como a musica lhe sensibilizou tanto. Abraços e muito sucesso na sua carreira!
Tychique, ótima escrita e escolha de música. Achei interessante sua escolha para o termo “preconceito humano” e como a arte realmente é uma ferramenta de aproximação cultural, já que gostou dessa canção e seus significados. Sucesso em sua carreia!
Que coisa mais linda Tychique! Que orgulho em ter conhecido alguém com essa alma, com essa luz que você tem! Essa sensibilidade é pra poucos! Muitos ouviram ou ouvirão essa música sem se quer entender uma estrofe! Mas você tem a mesma sutileza dessa letra, você é especial! E esse português?! Que coisa mais linda! Você é um orgulho, você encheu meu coração de esperanças, de esperança na humanidade! Muito sucesso em TUDO o que você fizer em sua vida! Obrigada por ser quem você é! O mundo precisa de mais pessoas como você!
Muito obrigado pelos seus elogios em mim
Olá, Tychique! Sou do grupo de francês J’aime le fraçais. Adorei seu texto, nos leva à algumas reflexões e a percepção que existe o Brasil exportação e o Brasil real, acredito que vc tenha conhecido os dois, pelo que relatou com sua primeira impressão sobre nosso país. Infelizmente, eu acredito que alguns erros são intrínseco ao ser humano, como o preconceito e a discriminação, não só racial, mas social, religioso, etc, pois isso existe desde que o mundo é mundo e nao sei se um dia acabará. Todo ser humano sofre, de alguma forma, desse mal.
Olá, Tychique! Sou do grupo de francês J’aime le fraçais. Adorei seu texto, nos leva à algumas reflexões e a percepção que existe o Brasil exportação e o Brasil real, acredito que vc tenha conhecido os dois, pelo que relatou com sua primeira impressão sobre nosso país. Infelizmente, eu acredito que alguns erros são intrínseco ao ser humano, como o preconceito e a discriminação, não só racial, mas social, religioso, genero, etc, pois isso existe desde que o mundo é mundo e nao sei se um dia acabará. Todo ser humano sofre, de alguma forma, desse mal.
Muito obrigadodobrigado pela sua atenção no meu texto.